Pra quem não conhece, só uma breve sinopse da história dos nossos presidentes da república. Já para os que acompanham a história política do país nos últimos cinquenta anos, novidade não tem, aliás tem uma, sim, que guardei na memória, e que não há registro escrito, que saiba, em parte alguma.
Juscelino Kubitschek, o presidente ‘bossa nova’, governou o país até o início de 1960, quando foi eleito Jânio da Silva Quadros, que sete meses depois renunciou por conta de ‘forças ocultas’.
Os militares não permitiram que seu vice, João Goulart, assumisse (Jango, como era conhecido, já fôra vice também de Juscelino, e teve mais votos do que este).
Em meio a uma crise política sem precedentes, assumiu a presidência por 14 dias o presidente do Congresso, Raniere Mazzilli, enquanto se aprovava uma Emenda à Carta de 46, instaurando no país o sistema parlamentarista.
Com poderes diminuídos, Goulart assumiu – tendo como primeiro-ministro, por 9 meses, Tancredo Neves, sucedido por Brochado da Rocha, (2 meses) e, finalmente, Hermes Lima, último primeiro-ministro (4 meses), até janeiro de 1963, quando um referendo popular determinou o retorno ao sistema presidencialista, que devolveu plenos poderes a Goulart, que assim governou por 14 meses.
Tivemos, portanto, 3 primeiro-ministros, que não eram bem primeiro-ministros como se conhece nos regimes parlamentares, mas por um sistema inventado, um tal Conselho de Ministros, estes foram presidentes do Conselho…
Brochado Rocha, Hermes Lima? Alguém já ouviu falar destes?
2 de abril de 1964 novamente Raniere Mazzilli assume a presidência, um dia após o golpe político-militar que depôs João Goulart, mas o poder, de fato, ficou com uma Junta autodenominada Comando Supremo da Revolução ( Gen. Arthur da Costa e Silva, Alm. Augusto Gruneward, Brig. Francisco Correia de Mello).
Tivemos também um presidente, que não era bem um presidente, mas umaJunta militar.
15 abril de 1964 a presidência foi entregue ao considerado ‘moderado’Mar. Humberto de Alencar Castelo Branco, que pressionado no processo sucessório e a contragosto foi obrigado, em março de 1967, passar o cargo ao considerado ‘linha dura’, Gen. Costa e Silva.
Castelo Branco morreu em seguida, em julho, do mesmo ano, num inusitado acidente aéreo. Visitara a escritora Rachel de Queiroz, em Quixadá, e, sob um céu azul esplendoroso, voltava a Fortaleza, quando seu avião foi tocado de leve por um caça T-33 da FAB, que pousou normalmente após o acidente. Tudo o que se tem da aeronáutica sobre esse acidente é inconclusivo e vago.
Costa e Silva governou de 03/67 -12/69
25 agosto de 1969 foi rejeitado pelos militares sua proposta de derrubar oAto-Institucional- 5 por ele mesmo criado em 1968, com redação do ministro da justiça Gama e Silva.
31 de agosto de 1969, a seleção brasileira de futebol jogou contra o Paraguai sua última partida das eliminatórias da Copa de 70, obtendo a classificação sob o comando do Técnico João Saldanha. Foi oficialmente a maior lotação do Maracanã, 183 mil pessoas, e minutos antes de se iniciar a partida, Saldanha foi procurado no vestiário por um general, que lhe pediu que fosse dado 1 minuto de silêncio pela morte do Gal. Costa e Silva.
Saldanha lhe disse que em se tratando do Rio de Janeiro não achava uma boa idéia, mas de qualquer forma era um partida internacional e só quem poderia fazer isso era o árbitro, e não ele. Não se sabe se o árbitro foi procurado, mas não houve o minuto de silêncio. Isso ouvi da própria boca do Saldanha.
17 de dezembro de 1969 isquêmico, morre oficialmente Costa e Silva.
O Gal. Emílio G. Médici o substituiu.
17 de março de 1970 Saldanha é demitido, mas o país ganha a Copa do Mundo no México.
Medici governou até 1974 quando passou o poder ao Gal. Ernesto Geisel (1974-1979)
22 agosto de 1976, Juscelino viajava de SP ao Rio pela via Dutra, no opala, ano 1970, dirigido por seu fiel motorista desde os anos 40 quando foi prefeito de BH. Segundo o inquérito policial, o carro foi atingido na traseira por um ônibus desgovernado, atravessou a pista, e bateu de frente com uma carreta. Ambos morreram no local. Nunca se concluiu nada sobre esse acidente.
21 de setembro de 1976 assassinado nos EUA, Orlando Letelier, ex-chanceler do presidente socialista chileno, Salvador Allende.
6 de dezembro de 1976 morre Jango, de infarto, em Mercedes-Argentina. Suspeitas de envenenamento nunca foram confirmadas. Não foi feito autópsia, mas durante todo o exílio no Uruguai suas atividades foram monitoradas pelos seviços de ‘inteligência’ dos governos militares. Investigações brasileiras foram barradas pela lei da anistia, mas investigações argentinas prosseguem até o momento por ter falecido lá.
A morte na mesma época dessas lideranças civis, nas versões oficiais, não foi associada aos governos militares latino-americanos.
21 de abril de 1985 bactéria demoníaca mata o incansável Tancredo Neves.
Paulo Maluf era um dos postulantes à vaga ocupada pelo mineiro. Detalhes sobre a difícil transição, desavenças na cúpula do exército – parte disso foi citado pelo Gal. Newton Cruz em entrevista no Roda-Viva da TV Cultura SP
O resto – Fernando Collor de Mello; duas vezes FHC ; mais duas vezes Lula, e agora Dilma.
Foram estes que governaram o país desde 1956.
E aqui e agora, dia e noite, os trens passam lotados de soja em direção ao porto de Santos.
Cada um pense o que quiser. Eu tenho a impressão que não sei absolutamente nada, e meu consultor para esses assuntos, o Tom, está enfermo pelos carrapatos.
Paulo SS Vilela
Pra quem não conhece, só uma breve sinopse da história dos nossos presidentes da república. Já para os que acompanham a história política do país nos últimos cinquenta anos, novidade não tem, aliás tem uma, sim, que guardei na memória, e que não há registro escrito, que saiba, em parte alguma.
Juscelino Kubitschek, o presidente ‘bossa nova’, governou o país até o início de 1960, quando foi eleito Jânio da Silva Quadros, que sete meses depois renunciou por conta de ‘forças ocultas’.
Os militares não permitiram que seu vice, João Goulart, assumisse (Jango, como era conhecido, já fôra vice também de Juscelino, e teve mais votos do que este).
Em meio a uma crise política sem precedentes, assumiu a presidência por 14 dias o presidente do Congresso, Raniere Mazzilli, enquanto se aprovava uma Emenda à Carta de 46, instaurando no país o sistema parlamentarista.
Com poderes diminuídos, Goulart assumiu – tendo como primeiro-ministro, por 9 meses, Tancredo Neves, sucedido por Brochado da Rocha, (2 meses) e, finalmente, Hermes Lima, último primeiro-ministro (4 meses), até janeiro de 1963, quando um referendo popular determinou o retorno ao sistema presidencialista, que devolveu plenos poderes a Goulart, que assim governou por 14 meses.
Tivemos, portanto, 3 primeiro-ministros, que não eram bem primeiro-ministros como se conhece nos regimes parlamentares, mas por um sistema inventado, um tal Conselho de Ministros, estes foram presidentes do Conselho…
Brochado Rocha, Hermes Lima? Alguém já ouviu falar destes?
2 de abril de 1964 novamente Raniere Mazzilli assume a presidência, um dia após o golpe político-militar que depôs João Goulart, mas o poder, de fato, ficou com uma Junta autodenominada Comando Supremo da Revolução ( Gen. Arthur da Costa e Silva, Alm. Augusto Gruneward, Brig. Francisco Correia de Mello).
Tivemos também um presidente, que não era bem um presidente, mas umaJunta militar.
15 abril de 1964 a presidência foi entregue ao considerado ‘moderado’Mar. Humberto de Alencar Castelo Branco, que pressionado no processo sucessório e a contragosto foi obrigado, em março de 1967, passar o cargo ao considerado ‘linha dura’, Gen. Costa e Silva.
Castelo Branco morreu em seguida, em julho, do mesmo ano, num inusitado acidente aéreo. Visitara a escritora Rachel de Queiroz, em Quixadá, e, sob um céu azul esplendoroso, voltava a Fortaleza, quando seu avião foi tocado de leve por um caça T-33 da FAB, que pousou normalmente após o acidente. Tudo o que se tem da aeronáutica sobre esse acidente é inconclusivo e vago.
Costa e Silva governou de 03/67 -12/69
25 agosto de 1969 foi rejeitado pelos militares sua proposta de derrubar oAto-Institucional- 5 por ele mesmo criado em 1968, com redação do ministro da justiça Gama e Silva.
31 de agosto de 1969, a seleção brasileira de futebol jogou contra o Paraguai sua última partida das eliminatórias da Copa de 70, obtendo a classificação sob o comando do Técnico João Saldanha. Foi oficialmente a maior lotação do Maracanã, 183 mil pessoas, e minutos antes de se iniciar a partida, Saldanha foi procurado no vestiário por um general, que lhe pediu que fosse dado 1 minuto de silêncio pela morte do Gal. Costa e Silva.
Saldanha lhe disse que em se tratando do Rio de Janeiro não achava uma boa idéia, mas de qualquer forma era um partida internacional e só quem poderia fazer isso era o árbitro, e não ele. Não se sabe se o árbitro foi procurado, mas não houve o minuto de silêncio. Isso ouvi da própria boca do Saldanha.
17 de dezembro de 1969 isquêmico, morre oficialmente Costa e Silva.
O Gal. Emílio G. Médici o substituiu.
17 de março de 1970 Saldanha é demitido, mas o país ganha a Copa do Mundo no México.
Medici governou até 1974 quando passou o poder ao Gal. Ernesto Geisel (1974-1979)
22 agosto de 1976, Juscelino viajava de SP ao Rio pela via Dutra, no opala, ano 1970, dirigido por seu fiel motorista desde os anos 40 quando foi prefeito de BH. Segundo o inquérito policial, o carro foi atingido na traseira por um ônibus desgovernado, atravessou a pista, e bateu de frente com uma carreta. Ambos morreram no local. Nunca se concluiu nada sobre esse acidente.
21 de setembro de 1976 assassinado nos EUA, Orlando Letelier, ex-chanceler do presidente socialista chileno, Salvador Allende.
6 de dezembro de 1976 morre Jango, de infarto, em Mercedes-Argentina. Suspeitas de envenenamento nunca foram confirmadas. Não foi feito autópsia, mas durante todo o exílio no Uruguai suas atividades foram monitoradas pelos seviços de ‘inteligência’ dos governos militares. Investigações brasileiras foram barradas pela lei da anistia, mas investigações argentinas prosseguem até o momento por ter falecido lá.
A morte na mesma época dessas lideranças civis, nas versões oficiais, não foi associada aos governos militares latino-americanos.
21 de abril de 1985 bactéria demoníaca mata o incansável Tancredo Neves.
Paulo Maluf era um dos postulantes à vaga ocupada pelo mineiro. Detalhes sobre a difícil transição, desavenças na cúpula do exército – parte disso foi citado pelo Gal. Newton Cruz em entrevista no Roda-Viva da TV Cultura SP
O resto – Fernando Collor de Mello; duas vezes FHC ; mais duas vezes Lula, e agora Dilma.
Foram estes que governaram o país desde 1956.
E aqui e agora, dia e noite, os trens passam lotados de soja em direção ao porto de Santos.
Cada um pense o que quiser. Eu tenho a impressão que não sei absolutamente nada, e meu consultor para esses assuntos, o Tom, está enfermo pelos carrapatos.
Paulo SS Vilela
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