PÓS-MODERNISMO NA ARQUITETURA

Movimento na arquitetura que se contrapôs ao modernismo. Começou nos anos 50 e veio se modificando continuamente,  do lúdico ao desconstrutivista, num anseio de quebrar a hegemonia do modernismo, uma certa vontade de dizer "sou livre, não sigo nenhuma regra, nenhum movimento criado por meia dúzia..."

Não há na natureza nem branco total, nem linhas retas, no entanto, nem tudo que é curva ou recheado de cores é belo, que diga-se não é um conceito universal. E uma obra depende de muitos fatores e circunstâncias. Pode ser, claro, retilínea, branca, e maravilhosa. Mas a linha reta é só um conceito da geometria, invenção baseada em axiomas, tão inventada quanto a nova natureza que não é mais só verde - nosso entorno, criação do homem, com todas as modificações que sofreu.

Agora, tabas, iglus, cavernas, criações primitivas sem nenhuma tecnologia, estão mais próximas da grande criação, que os quadrados e paralelepípedos da arquitetura modernista. Por que? Ora, basta o olhar para uma montanha, uma floresta, um deserto.

Diferentemente dos índios, lapões,  trogloditas, obras não lineares do pós-modernismo -- dado a exigência que se impõem -, exige um conhecimento e custo muito maiores que obras convencionais, mais afeitas às coisas públicas, inviabilizando muitas idéias no pequeno universo do indivíduo.

Mas ter consciência disso não significa abrir mão do caráter principal de um projeto cujo cliente não é o Estado. E não são paredes inclinadas ou janelas tortas, nem o fazer diferente só por fazer, que pode cumprir os desígnios de uma vida, de cada vida.

Porque uma habitação, antes de tudo, tem que abrigar o homem das intempéries, do frio, vento e calor excessivos, e ir além do espaço bem feito, independentemente do estilo. Tem que ter aconchego, a personalidade de quem a habita. Tem que ajudar o homem a se encontrar consigo mesmo, não o oposto. Essa é a principal função do arquiteto, não outra. O pós-modernismo, com suas muitas e diferentes vertentes chega mais próximo disso ao não considerar o homem um ser igual.

Num país de grandes contrastes como o Brasil, onde a maioria ainda vive mal, e muitos nem ao menos um teto têm, teria vergonha de escrever sobre "menstruação de borboletas" se não acreditasse que, por alguma espécie de justiça, ainda que com as desigualdades naturais e não naturais, cada qual deveria ter seu canto, espaço que coubesse seus sonhos, sua arte, seu jeito.