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7 de nov. de 2015

ESTRADAS QUE NÃO LEVAM A PARTE ALGUMA

Grande parte dos seres humanos vive o martírio da solidão, estejam sozinhos ou não.


Procuram suas metades num amor incondicional, devoram livros de auto-ajuda buscando uma segurança vendida à granel, se embrenham nas redes virtuais à procura de ouro e só encontram imitações, viajam nos sonhos marginais da virtualidade ou da ficção, porque perseguem a metade ideal da laranja. 


E ainda que muitos duvidem da existência dessa metade ideal, misturam-se e igualam-se aos demais nessa busca inócua, dado que essa descrença sem plena  convicção pesa menos que a necessidade.


Se é verdadeiro que nenhum ser humano é igual a outro, também é que todos são absolutamente sós, do dia que nasceram até o fim das suas vidas, e a sensação de conforto por se sentirem acompanhados de seus pares, filhos, pais etc., não é suficiente para a plenitude e em tempo integral.


É da espécie humana o hábito gregário, porque uns precisam dos outros para a sobrevivência, o que não traduz exatamente num bem-estar permanente, conceito bem diferente da inexistente felicidade permanente.


Porque nada do outro ou do coletivo chega à “alma” de forma duradoura, se não há consciência do ‘estar só’, essa condição intrínseca de quem vive, mas que não leva ninguém ao martírio da solidão e às estradas místicas dos ideais utópicos do prazer e felicidade.

Antes  do "eu sou mais eu.... o "eu sou só"


2 comentários:

  1. Pois é, procurar no outro a felicidade é a maior roubada ! Precisamos primeiro ser felizes sozinhos, o resto é complemento ! Mas nada contra se viver um grande amor juntos como meus avós que morreram no mesmo dia com diferença de algumas horas ... Meu avô disse para minha avó (no caixão) já vou ! Meus pais vivem juntos há 64 anos rsrsrsrs É tudo muito bom... Abçs

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    1. Claro que isso é bom, L Ferreira, não disse nada ao contrário. Falei sobre solidão, os que vagam nas estradas que não levam a lugar algum... esse 'estar só' não tem nada a ver com solidão, apenas consciência de um estado imanente de quem vive, que penso, apesar da ignorância sobre respostas que não temos, ajuda levar a vida melhor. .

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