Qual a finalidade primeira da arquitetura? Dar ao homem abrigo das intempéries, do calor ou frio excessivos ou conforto estético?
Claro que essa questão é muito ampla e subjetiva, porque cada homem é absolutamente único, e também porque o belo não é um conceito universal (imaginem que nota daria um pigmeu a uma candidata norueguesa a miss universo).
Não obstante, quem consegue passar do básico e chegar à uma moradia propriamente dita, certamente vai enfeitá-la, pintar com as cores do seu agrado, pôr pedras no entorno etc., o que me faz pensar que, de alguma maneira, estética faz parte da vida de todos, ainda que não entre no sonho ou caiba no bolso da maioria.
Mas se é uma casinha ou um super-edifício, ou uma obra institucional, por mais bela, curiosa, original, surpreendente, arrojada que seja, se chove dentro não cumpre sua função básica. O mesmo vale para um ambiente muito frio, úmido ou quente demais, que expulsa seu usuário porque teve aberturas mal pensadas, que só pode ser corrigido com o uso de fontes externas de energia, e em alguns casos nem pode.
E nessa questão térmica, a maioria das obras é inadequada, até as chamadas “inteligentes”, que com tecnologia de ponta inventam ambientes confortáveis, mas no fundo são bem “burrinhas”, porque num planeta com recursos finitos, inteligente é o que guarda, economiza, não o que esbanja energia.
Por isso, arquitetura é mais que teoria, e não deve só encantar, surpreender, fugir do “pão de forma”, mas ter presente que o prazer vai além do olhar — não se engana a pele, que é o estar bem, o sentir-se bem, sem o quê a arquitetura só cumpre seu papel no papel, ou na telinha iluminada.
Gosto muito do uso de simplicidade nas construções arquitetônicas.Admiro a criatividade das pessoas.
ResponderExcluirEduardo Marinho